terça-feira, 22 de novembro de 2011

céus ...

ao entardecer no dia chuvoso . um certo brilho aparece como se o sol saudasse a noite que chega
vem um pouco timido .. chuvisca . ou o vento empurra com violência a chuva
um temporal de nuvens negras se forma . no céu azul tudo se passa tudo se desloca
tudo se escapa ... tudo e um pouquinho de nada também
até o sol se esgueira um momento para nos saudar

e Se

não me lembro , não me lembro ...
a minha memória prega-me partidas e, quando me lembro não me lembro das palavras que deveria mas de outras . a extensão dos lapsos parece-me que estou perdida ,
não me recordo ... da profundidade e das profundezas desse esquecimento o que esqueci
às vezes o tempo traz essas memórias . o que fica para trás aquilo que me transforma aquilo que sou, o que me faz sentir . a forma como me invado e recuo e avanço no meu caminho e a minha viagem que por ser talvez por desfiladeiros e caminhos estreitos fazem-me sentir diferente quando saio para campos abertos e desconfortáveis
ventosos e cheios daquela claridade . campos abertos , livres espaços . para percorrer . abarcar a vida sem véus sem obstáculos percorrer o horizonte e escapar em todas as direcções e numa só ficar como espirais a girar sem parar .
descobrir que estou parada há demasiado tempo que o vento não me deixa prosseguir que o tempo escoa e se esgota e que a vida gira avança e não para ...

nunca me lembro que tenho que me lembrar de mim . olhar para dentro de mim e ter consciência que sou . estou sempre aqui e ...

e. nem sempre me recordo é um facto , e que existem coisas que se esquecem .
e um esquecimento é resultado de ... (não me lembro da frase que queria construir )

não me lembro não me recordo e se fosse tempo de perder algum tempo ou de lembrar ou de esquecer assim que seja . outros dias lembrarei . outros dias esquecerei .
são apenas pormenores ou promaiores

terça-feira, 8 de novembro de 2011

tempos ... 1)

gostaria de me lembrar . de não esquecer
os tempos mudaram e eu mudei com o tempo
o tempo não existe 
eu não existo no tempo
lembrei-me que as palavras que nunca usei
não as procurei nunca as encontrei
deixei-me levar por sentires e ...
quando dei por mim estava onde já não estou
não estive porque o caminho não era o meu
era outro .

as luzes que me acompanharam . melodias de tempos antigos
folha ao vento . frágil 

na brisa suave enovelada
ao ritmo do tempo que não chega que não vem 
que já foi 

antigamente dei por mim vazia de nada . e de mãos fechadas
e abri-as esperançada

constatei uma vez mais a solidão .
e, se pairo . o vento leva-me onde quero ir 
sinais de mudança se avizinham novamente e de novo tudo se transforma
mesmo que seja só dentro de mim . só .

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ontem ... 2)

ontem achei um livro

chama-se A Alma das Pedras e é de Paloma Sanchez-Garnica .

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

existem palavras ...

um dia .
uma ponte entre o cinzento escuro e a chuva que cai torrencialmente .
uma musica para meditar . o trabalho que se faz .

o tempo . um dia de estar em casa e de não ir a lado nenhum
hoje tinha pensado numa palavra no entanto parece-me que me seria importante escrever ou reescrever
a tal importância pode carecer de uma coisa assim tão simples como a sua memória e ou o seu esquecimento
na realidade a memória é uma coisa estranha funciona para umas coisas e outras não . lapsos são cada vez mais frequentes . a recordação de uma palavra não é assim tão simples . Como será que funciona .. as palavras concretas e frequentes . mas esta palavra falava de quê ? ando com tantas palavras que a mente farta de ouvir e cansada de trabalhar se escusa ... as letras são assim meras espectadoras de um filme a preto e branco .como um sonho uma inquietação que vem sabe-se lá donde e que permanece .

será que o tempo está a ficar cada vez mais apertado ??
o espirito intranquilo . a calma e a tranquilidade da idade parece uma mera meta a ser atingida quando ?
como fazer para ficar quieta e serena .
a serenidade parece tão longe . tão perto deveria estar
os dias de chuva, os dias de céu cinzento escuro cria uma aura tão mágica ...
a memória é algo que nos faz divagar sonhar por campos conhecidos ... terras pisadas . entes queridos .
a sua luz transcende nos outras vezes em vão falha coloca-nos em locais perdidos nos mapas ás voltas e revoltas . são essas as palavras que se fazem rebeldes esquisitas nos rodeiam e flageladoras
as fases da memória ... rondando rodeando atrapalhando o seu fluir

esta questão de memorizar ou de pensar durante as horas calmas do adormecer na nocturna madrugada . as palavras do acordar desaparecem dando às palavras outras aparências singulares ...

o acinzentado do amanhecer do dia chuvoso é diferente .. torna os pensamentos mais singelos mais taciturnos quem sabe esperando que o alvorecer dê um tom diferente à realidade ..
mudar de rumo . de rota . fazer outra viagem . para onde o barco me vai levar . as ondas espumosas dos dias  esbranquiçados . esperançosos .
as palavras tomam outras dimensões . a realidade da claridade afugenta os seres maléficos que ensombram a alma . o silêncio escorregadio o som do eco que vibra na madrugada . o que fazer destas palavras que se esgueiram e se escondem e que atormentam . a luz é precisa . a alma reluz ...

existem palavras que a mente seduz .. existem palavras que deveriam ficar . entre o seu permanecer quase palpável e a agonia que conduz . prementes . agonizantes . aguardam que a memória as liberte .
a liberdade de ser estar . reflectidas simbólicas ... livres
e em conjunto fazem uma escrita que sobre um tema divagam
e fiquemos por aqui ..